Natal: a ternura de Deus nos abraça!

Dom Canísio Klaus
Bispo de Santa Cruz do Sul (RS)

Dentro de mais alguns dias, os sinos das igrejas estarão anunciando o nascimento do menino Jesus. Dessa forma irão repetir o anúncio feito pelo anjo do Senhor na noite do nascimento do filho de Maria, numa pequena gruta nos arredores de Belém: “Trago para vocês uma alegre notícia: hoje, na cidade de Davi, nasceu para vós o Salvador, que é o Cristo Senhor” (Lc 2,10-11).

Na preparação para o Natal, em sintonia com o Ano Santo do Jubileu Extraordinário da Misericórdia, fomos motivados a nos deixarmos tocar pela ternura de Deus que deseja nos abraçar. Esta ternura se manifestou na visita do anjo a Maria e na visita de Maria a Isabel. E se manifestou, sobretudo, no nascimento do Menino Jesus, através dos atos da sua vida terrena e no momento em que, pregado na cruz, rezou: “Pai perdoa-lhes, eles não sabem o que fazem!” (Lc 23,34).

Com as missas de Natal, a Igreja no Brasil também dará por encerrado o Ano da Paz. No dizer do nosso Papa, “as muitas luzes, enfeites, árvores luminosas e até presépios, são pura maquiagem se não vierem acompanhadas de gestos e atitudes de paz”. Por isso, renovo o convite a aproveitarmos as festividades do Natal para promovermos a paz na família, na comunidade e também na sociedade. Deixemo-nos tocar pelo canto da paz entoado pelos anjos na noite do nascimento de Jesus: “Glória a Deus no mais alto dos céus, e na terra, paz aos que são do seu agrado” (Lc 2,14).

Uma das condições da paz é o perdão. Por isso, é impossível celebrar o Natal quando se tem ódio no coração ou se não formos capazes de perdoar aos que nos magoaram. Diz o Papa que “o perdão das ofensas é um imperativo de que não podemos prescindir”. E, mais: “deixar de lado o ressentimento, a raiva, a violência e a vingança são condições necessárias para se viver feliz”.

Aproveitemos os dias do Natal para celebrar nas comunidades e confraternizar nas famílias. Não nos aconteça em deixar passar os dias do Natal sem celebrarmos com a comunidade. E, imbuídos do espírito do Sínodo dos Bispos sobre a Família, valorizemos a presença das pessoas idosas e das crianças nas comemorações do Natal em família. Não permitamos que nossos avós se sintam excluídos das comemorações natalinas. Também não permitamos que o Natal das crianças se reduza a presentes e brinquedos. Lembremos a elas que o personagem central do Natal é o menino Jesus e não o Papai Noel.

Aproveito, assim, a oportunidade que me é concedida para desejar a todos, homens e mulheres, jovens e crianças, idosos e doentes, um feliz e abençoado Natal. Que o menino Jesus, junto com Maria, a Mãe da Misericórdia, a todos abençoe e proteja. Feliz Natal!

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